A marcenaria moderna tem evoluído significativamente na última década graças ao uso de novas tecnologias e aquisição de equipamentos. Pensando em um panorama em 2024, podemos classificar as máquinas disponíveis para esse setor em três grandes grupos:
- Maquinário com tecnologia 4.0;
- Máquinas que possuem integração com sistemas CAD;
- Máquinas tradicionais que não possuem conectividade digital.
Máquinas avançadas para marcenaria: a revolução da tecnologia 4.0 em 2024
O primeiro grupo, embora bastante seleto, vem se estabelecendo dentro do que chamamos Machine Learning Engineering (MLE) que permite a criação de projetos 3D personalizados com base em parametrizações predefinidas. Embora em ascensão na Europa agora em 2024, este grupo é raro no Brasil, mais até pela questão do ser humano do que devido ao custo dos equipamentos.
Aqui encontramos as máquinas com Tecnologia 4.0, que representam o auge da inovação na marcenaria. Elas são equipadas com sensores inteligentes, conectividade à internet e sistemas de automação avançada. Essas características permitem a coleta e análise de dados em tempo real, otimização de processos e manutenção preditiva.
Dessa forma, temos os CNC Routers (Centros de Usinagem), os Nestings, Centros de Furação e demais equipamentos de alta precisão para realizar cortes, furos e acabamentos complexos em madeira. Outros como Impressoras 3D de madeira utilizam a adição de camadas de material para criar peças de madeira com design complexo.
Integração CAD na marcenaria: eficiência e precisão na era digital
O segundo grupo (que pode ser encontrado nas feiras) é composto basicamente pelas mesmas máquinas mas sem a utilização do MLE (Machine Learning Engineering). Ou seja, falamos de máquinas com integração CAD mas com trabalho manual de projetistas e designers para realizar a fabricação dos móveis. Essas máquinas, embora não tão avançadas quanto as 4.0 do primeiro grupo, ainda oferecem uma conectividade considerável com alguns softwares que permitem um fluxo de trabalho mais eficiente.
Como exemplo, podemos citar os Routers que são utilizados para cortar materiais de forma precisa. São frequentemente integrados com softwares CAD que permitem a importação direta de designs. Executam ainda a furação de faces, abrem canais de fitas de led e canais para gavetas e fundos. Assim, podem substituir tupias, serras de fita, etc. Estas máquinas utilizam comandos numéricos e podem ser programadas via softwares CAD para perfurações precisas.
Este grupo permanece em destaque atualmente, constantemente visto em feiras, onde se concentra as melhores vendas em termos de tecnologia.
Equipamentos tradicionais vs. inovação digital: escolhendo o melhor para sua marcenaria
Abordando o terceiro grupo, chegamos nas máquinas tradicionais, que não possuem integração digital. Elas continuam a ser amplamente utilizadas na marcenaria, especialmente em estruturas menores ou em processos onde a precisão digital não é crítica. Esquadrejaderas de precisão são utilizadas para cortar grandes chapas ou peças de madeira em tamanhos menores. São operadas manualmente e não possuem qualquer conectividade. Quando não se trabalha diretamente no MDF ou MDP, a plaina desengrossadeira, que é uma ferramenta essencial para aplainar pranchas de madeira a uma espessura uniforme, são ajustadas manualmente.
As tupias também são utilizadas para moldar bordas e criar perfis decorativos em chapas ou peças de madeira. Poderíamos enfim citar uma longa lista de máquinas deste grupo como serra fita, tupia copiadora, furadeira múltipla, dentre outras.
Obviamente que a tecnologia varia independentemente das decisões tomadas. Temos também a questão do público alvo, do preço de venda e da capacidade produtiva de cada modelo de negócio. Se ofereceremos uma comodity ou um produto de forte apelo em termos de customização e exclusividade.
A marcenaria moderna oferece uma vasta gama de máquinas, desde as altamente avançadas com tecnologia 4.0 até as tradicionais, sem integração digital. A escolha da máquina depende das necessidades específicas de cada um e do tipo de projeto a ser realizado. As tecnologias 4.0 e a integração CAD oferecem vantagens significativas em termos de precisão, eficiência e automação, mas as máquinas tradicionais continuam a desempenhar um papel muito importante, oferecendo simplicidade de operação ao mesmo tempo que cobram capacidade técnica de pessoal.
Dessa forma, o ideal é considerar algumas questões como:
- Material – o marceneiro precisa decidir se continua na madeira (old school), se adota as chapas reconstituídas (MDP, MDF e Compensado) ou se trabalha em um campo misto que aborda inclusive a metalurgia (estruturas metálicas);
- Acabamento – da mesma forma, precisa avaliar se adquire chapas recobertas com FF, BP, resina melamínica (fórmica), etc ou desenvolve seu próprio acabamento;
- Estrutura – envolve questões de montagem, desmontagem e transporte, causando impactos relevantes nas questões logísticas.
Para concluir, é necessário frisar que independente da escolha, os custos são um reflexo das decisões em relação a condução do negócio. Afinal, você prefere uma seccionadora ou um router para cortar uma chapa por vez em um plano de corte extremamente complexo? Neste caso, vale mais a velocidade ou a constância? A escolha conservadora acontece pelo medo do novo ou baseada em tempo e gestão de sobras? Procure desvendar as diferenças em termos de eficiência, elas estarão de maneira decisiva em seu preço.