sexta-feira, 13 de junho de 2025

Marcenaria

5 de março de 2024 às 10:25 - Atualizado em 10 de setembro de 2024 às 08:37

Multifuncionalidade: A evolução do mobiliário e a adequação a vida moderna 

Ao longo da história, a relação do ser humano com os móveis transcendeu o simples ato de fornecer assentos de descanso, suporte para objetos ou espaços fechados de armazenamento.

Por: Leticia Saba Leticia Saba

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funcionalidade e evolução do mobiliário



Desde os primórdios da civilização, os móveis desempenharam papéis cruciais que vão além da funcionalidade básica, abrangendo também status, estética, técnicas de produção, espécies de madeiras, utilidade e, sem dúvidas, inovações tecnológicas.


É preciso entender, a princípio, que os primeiros móveis surgiram quando o ser humano deixou de ser nômade, passando a viver em locais fixos. Vivendo abrigadas, as pessoas passaram a ter a necessidade de maior conforto, como locais para se sentarem elevados do chão, superfícies para apoio de alimentos, surgindo assim os primeiros móveis.

No Egito Antigo (3200 AC – 525 AC), os móveis eram restritos aos faraós, reis e rainhas e comumente tinham ornamentos em ouro, marfim, couro e tecidos. Os móveis eram baixos e com desenhos em entalhes curvos, muitas vezes representando figuras animais, o que demonstrava que o conforto era importante, mas também denotava o status social de quem o possuía.



Já na Idade Média (século V ao século XV), os móveis tinham imensa influência religiosa e eram dispostos ao redor das paredes, pois nessa época ainda não havia divisão clara entre as funções do espaço, como definição do local de dormir, cozinhar ou receber visitas.


Mas é também na época medieval que se encontravam móveis com múltiplas funções, como bancos que serviam para se sentar e que também tinham compartimentos de armazenagem de utensílios, assim como móveis desmontáveis ou dobráveis, que garantiam a possibilidade de transporte.


A versatilidade dos móveis acompanhou a evolução dos tempos, como se seguiu no Renascimento e no período Barroco, em que a ornamentação seguia garantindo o status social, sem perder o caráter utilitário, como mesas extensíveis, permitindo configurações diversas conforme a necessidade. 


Na sequência, no Renascimento (séculos XIV-XVII) percebeu-se uma simplificação na produção, até então artesanal e única de cada móvel, na qual se destacaram linhas retas, proporções harmônicas e detalhes refinados. Mesas de centro, sofás e cadeiras adotaram uma estética mais equilibrada e sóbria.


Com a chegada da Revolução Industrial (final do século XVIII – meados do século XIX) e a descoberta das máquinas a vapor e eletricidade – houve uma transformação na produção de móveis. A fabricação em massa tornou-se a prática, mas, paradoxalmente, esse período também viu um aumento na demanda por móveis personalizados.


A ascensão da marcenaria sob medida coincidiu com a necessidade crescente de soluções que se encaixassem em espaços específicos dos lares, bem como às necessidades de cada pessoa, à medida que a sociedade experimentava cada vez mais a diversidade de estilos de vida.


Esteticamente, estilos como o Vitoriano e o Eduardiano surgiram, trazendo consigo uma mistura de ornamento e funcionalidade. Itens como poltronas e mesas de cabeceira tornaram-se comuns nas casas da classe média em expansão, que agora acessavam esse tipo de mobiliário em razão da produção em escala.


Ao longo dos séculos, a produção de móveis evoluiu de métodos artesanais para processos industriais avançados. Embora alguns móveis antigos fossem multifuncionais por natureza, como as mesas extensíveis, a tendência de criar peças verdadeiramente versáteis tornou-se mais proeminente nos tempos modernos. A história da evolução do mobiliário não é apenas um testemunho da estética em constante mudança, mas também da engenhosidade humana na busca por soluções funcionais e visualmente impactantes.


Na atualidade, com o atual valor de mercado imobiliário elevado, e cada vez subindo, não é fácil comprar e até mesmo manter um imóvel muito grande ou espaçoso. Pelo contrário, os ambientes compactos, fáceis e adaptados a um estilo de vida mais funcional são tendência.


As famílias estão menores, as casas foram reduzidas, a necessidade de aproveitamento total dos espaços e a busca pela funcionalidade nos ambientes são alguns dos motivos que trouxeram novas tendências nos projetos de design de interiores. Hoje se pensa em otimizar o espaço, gerando móveis multiuso e ambientes integrados, ampliando a função do produto.


funcionalidade e evolução do mobiliário


Então, observamos que à medida que as residências modernas se tornaram mais compactas, a busca por móveis que poderiam desempenhar diversas funções ganhou destaque. Sofás que se transformam em camas, mesas extensíveis e estantes modulares passaram a ser não apenas desejados, mas essenciais.


Leia também: Como otimizar o espaço em pequenos ambientes


Além disso, é importante observar que toda funcionalidade de uma ambientação e de mobiliário se inicia pela adequação do projeto, o que faz ser impossível não pensarmos no significado real da funcionalidade desses móveis e suas disposições no espaço, para que atenda não apensa às conformidades legais e técnicas, mas principalmente nas necessidades de quem os utilizará.


Foto: mobalpa.fr

A integração de tecnologias como a Internet das Coisas (IoT) abre novas possibilidades, com móveis que podem se adaptar automaticamente às necessidades do usuário, a exemplo de uma despensa que identifica a ausência de um item essencial e já faz a compra automaticamente para você, que já é uma tecnologia presente em geladeiras.


No contexto atual, principalmente pós pandemia, há uma crescente migração dos locais de trabalho para os lares, transformando estes em centros de atividades multifuncionais, alterando assim o modo como se configura e se vivencia o espaço residencial o que, consequentemente, muda também a necessidade de configuração do mobiliário, fazendo com que a multifuncionalidade dos móveis se faça ainda mais necessária.


Para os profissionais do segmento, vale destacar também que a era digital trouxe uma série de avanços tecnológicos que revolucionaram a forma como projetamos e fabricamos móveis sob medida. Softwares de design tridimensional permitem uma visualização precisa do projeto antes mesmo de iniciar a produção. Além disso, a introdução de materiais inovadores e técnicas de produção avançadas amplia ainda mais as possibilidades criativas na marcenaria.


À medida que nos aproximamos do futuro, a marcenaria sob medida continua a ser um campo de constante inovação. A conscientização ambiental tem influenciado a escolha de materiais, impulsionando o desenvolvimento de soluções sustentáveis ​​e ecologicamente corretas, tudo combinado com a adequação às necessidades dos usuários, que determinam a multifuncionalidade do mobiliário, que faz com que a criatividade seja imprescindível, agregando mais de uma função para a mesma peça.


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